12.27.2012

...2012...


Saber Viver
Cora Coralina


Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.


Muitas vezes basta ser: 
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.


E isso não é coisa de outro mundo, 
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto durar

2.28.2012

2012 Ano do Dragão



 



2012 Ano do Dragão de Água
O ano de 2012 será regido pelo Dragão do elemento água. Seu início será no dia 23 de janeiro de 2012 e seu término se dará no dia 09 de fevereiro de 2013. Na astrologia chinesa, o Dragão é um signo poderoso que representa a vitalidade, o entusiasmo, o orgulho, a extravagância e os ideais elevados.

O ano do Dragão de Água traz a todos uma dose de energia extra que possibilita as grandes realizações. Será um bom ano para colocar em prática os projetos há muito acalentados, mas para alcançar o sucesso será necessário focar as metas e seguir um bom planejamento. As normas e as leis estarão mais rigorosas e deverão ser respeitadas. Este ano favorece as mudanças, o movimento, as viagens e a liderança.

A busca pelo autoconhecimento, a família, os estudos e o romantismo serão valorizados. Este será um ano para agirmos com coragem, bom senso, criatividade e determinação. No aspecto negativo, a diplomacia e a conciliação poderão ser colocadas em segundo plano e os desentendimentos virão por conta da arrogância, intolerância e o excesso de autoritarismo.

1.09.2012



Cântico Negro
José Régio

‘Vem por aqui» — dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
  
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.

  Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
   Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por ai! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, fdi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
  
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: <(vem por aqui»!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
_________________________________________
ANTOLOGIA POÉTICA
José Régio – Edições Quasi - Lisboa – Portugal  - 2001